Regresso
Regresso às aulas
Um regresso tão desejado como condicionado
Ainda não podemos ver os bandos de flores a beijarem-se e abraçarem-se
O vírus não nos dá descanso, as máscaras são o nosso manto
Mais um ano cheio de regras, de corredores com sinais de trânsito
De gel, de desinfetantes, de bolhas de segurança, para bem dos estudantes
Desconfiamos e temos medo de toda gente, é como que um repelente
Que, por mais que o queiramos esquecer, vai se colando à mente
É tudo tão estranho, tão violento, tão diferente
Desconfiamos de todos, da muita e da pouca gente
Olhamos para todo o lado, mudamos de passeio, não nos cremos cruzar com ninguém
Que estranhos comportamentos, a gente, tem!
E, ai dos que os não cumpram, são bombardeados pelos olhares dos afastados
Somos vistos, como se todos tivéssemos infetados, condenados
Enquanto a confiança não voltar, é com este medo que vamos viver
Não vale a pena fugir nem correr, o mais importante é, a saúde, proteger
Há quem diga que a pandemia está controlada
Mas os especialistas não sabem de nada
Por isso, o melhor é continuar a ter todo o cuidado
“ Cuidados e caldos de galinha não fazem mal a ninguém.
José Silva Costa