Pais (3)
Continuação (3)
Para a Maria e para o Francisco tinha chegado o dia mais aguardado
Iam buscar a Inês e o Pedro, que já os reconheciam e ficavam muito sorridentes, correndo para os seus braços, fazendo com que os futuros pais ficassem tão felizes, esquecendo-se do muito trabalho que iriam ter com eles
Estavam de férias, tinham um mês para se adaptarem à rotina de tratarem de duas crianças
Mal entraram na sala onde eles estavam com a educadora e os outros meninos e meninas, a Inês e o Pedro correram para a Maria e para o Francisco, a educadora sorriu, estava muito feliz, por saber que ia entregar, os seus meninos, a um casal de quem eles gostavam
As funcionárias e os funcionários das Instituições, que substituem os pais, tomando conta das crianças, vinte e quatro horas por dia, quando as entregam aos adotantes, desejam que tudo corra bem, que sejam amados por os que os escolheram para seus filhos
Para a Maria e para o Francisco foram umas férias muito diferentes, nas primeiras noites quase não dormiram, tinham receio que lhes acontecesse alguma coisa
Mas com a passagem dos dias, começaram a acalmar, puderam desfrutar das brincadeiras com os filhos, saborear os seus beijos e os abraços
Foram trinta dias de férias de muito trabalho, mas foram, até aí, as mais belas férias das suas vidas, cheias de felicidade e alegria
Os últimos dias foram de nervosismo, porque tinham de os deixar no infantário, de se separar deles, não sabiam como iriam reagir, pois poderiam pensar que tinham sido, novamente, entregues a estranhos
Para minimizar a separação, deixaram-nos três dias seguidos, umas horas, no infantário, para se irem habituando à nova rotina
Mesmo sabendo que eles se tinham portado bem, durante as poucas horas, nos três dias de ambientação ao infantário, a Maria e o Francisco estavam tristes e nervosos por terem de se separar deles, depois de terem estado juntos durante um mês
Entregaram-nos no infantário, mas nos primeiros dias as despedidas são, sempre, difíceis, disseram-lhes que assim que saíssem do trabalho os iriam buscar
Aos seus locais de trabalho, Maria e Francisco regressaram felizes, de cada vez que falavam dos filhos, os seus olhos irradiavam alegria, mostravam as fotografias tiradas durante as férias, falavam das aventuras e peripécias, cada palavra era um hino de amor, aquelas crianças tinham dado sentido às suas vidas. Agora, viviam para eles, só pensavam no seu bem-estar, queriam proporcionar-lhes o melhor da vida.
Continua