24
Out18
O quotidiano
cheia
O quotidiano
Vens à noitinha
Ao nascer da lua
Entrar na noite nua
Caminhas na rua
Entras e sentaste a ver a lua
À espera dos braços da hora
Que te trarão o sono, sem demora
Cansada de um dia cheio de nada
Levantaste-te de madrugada
Para mais uma jornada
A camioneta da carreira ficou na garagem, parada
Mais uma greve programada
Quem reparou no teu estado
Ficou preocupado
Um deu-te boleia
Chegaste atrasada
O patrão não gostou nada
Ficaste agastada
Tanto esforço para nada
A vida é uma estopada.
José Silva Costa