O passado
O passado
Agosto, o tão desejado, tão esperado!
Que neste ano diferente, está tão desmaiado
Em que não houve encontros, em que tudo tem de ser feito com cuidado
Procuro-te com a alegria do passado
Mas não te encontro, quem encontro está desconfiado
Os abraços e os beijos, a alegria e os festejos, foi tudo adiado
Tudo tão mascarado e suspirando pelo tempo em que ninguém andava mascarado
Que nunca terá sido tão recordado
Estás quase acabado
Mas, ninguém parece muito preocupado
Suponho que vais ser lembrado, dizendo que nunca devias ter acordado
É triste não ser amado
Mais triste é não ter agradado
Ser, por alguns, odiado
Por teres um encontro encantado, estragado
Meu rico Agosto, sem o brilho imaginado
Sonhas com o tempo em que tudo andava agarrado
Tens de te habituar ao separado
A um cumprimento acotovelado
Sem contato, sem cheiro, muito afastado.
José Silva Costa