O Império
O Império - As teias que o Império teceu
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A noite pareceu-lhes muito mais longa, mal o sol rebentou, voltaram a encontrar-se, para continuarem a jornada, que o escuro tinha interrompido
Beijaram-se como senão se vissem há séculos, os seus olhos continuavam a brilhar como no primeiro minuto em que se cruzaram, pareciam quatro rosas a desabrochar, estrelas a cintilar, como que a quererem os corpos hipnotizar, fazendo-os abraçarem-se e o tempo parar
Queriam saber o mais possível um do outro, para avaliarem se o seu enlace era compatível com o que cada um queria, para o futuro
Não tinham tempo a perder, aquele encontro tinha sido uma estrela a iluminar as suas vidas, pela qual tanto esperaram, não querendo, nem um, nem outro, perder tempo em vão
Não pretendiam perder muito tempo a namorar, queriam casar-se, viver juntos, muito felizes, para sempre. Estavam de acordo em ter filhos, sem os quais não se sentiriam realizados
Apesar de se conhecerem, havia tão pouco tempo, a Jesuína estava deslumbrada pela coincidência de gostos e ideais, que ambos já tinam revelado um ao outro
Como futura mãe preocupava-a a educação dos filhos, sabendo que são as mães, nos seus primeiros anos, que mais tempo estão com eles, tendo muita influência na sua educação, o que fazia com que quisesse, para pai dos seus filhos, um homem que estivesse disponível, para a ajudar nessa tarefa
Não concordava com a nova moda, defendida por algumas mulheres, de que sozinhas os educavam tão bem, como se fossem os dois progenitores, para ela era indispensável o exemplo do pai e da mãe, só esse equilíbrio os poderia preparar para o futuro, para uma convivência saudável com os dois sexos, necessários para a conceção
Estava consciente de que tinha de dar tempo ao tempo, durante o namoro teriam muitas oportunidades de falarem sobre todos os assuntos importantes, tentando acertar o passo, para que quando casassem tudo corresse bem
Quem ficou, também, muito contente, com o namoro, foi o Manuel, pai da Jesuína, que deseja ver todas a filhas casadas. Mesmo não conhecendo o Aurélio, estava certo de que a filha, tal como as outras 4 irmãs, que tinham bons maridos, também, era capaz de encontrar um bom companheiro. Se aquele romance fosse bem-sucedido, só faltava a Francisca encantar um parceiro, para que visse as filhas todas casadas e cumprido o seu grande sonho.
Continua
