O Império
O Império - as teias que o Império teceu
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Chegou o dia das despedidas
Já se sabia que seriam momentos muito tristes, os adultos sabiam que dificilmente se voltariam a ver, atendendo à idade da Anastácia e do Elisiário, o jovem casal também não contava voltar à Metrópole, só o Afonso acreditava que a Anastácia e o Elisiário os iriam visitar, a Luanda
Por isso, a despedida não foi tão dolorosa para o pequeno Afonso, que, mesmo assim, se mostrou muito preocupado por a Anastácia e o Elisiário ficarem sozinhos
Foram muitos dias de coche, até conseguirem chegar à capital, pernoitavam em estalagens, que proporcionavam alimentação e descanso a humanos e animais
Uma aventura tão ou maior que ir de Lisboa a Luanda. Foi o melhor meio de transporte, que arranjaram, graças à amabilidade do Conde, que tudo fez para tornar a viagem menos cansativa, estava muito preocupado com o pequeno Afonso, até parecia que era seu neto, fez mais paragens que costumava fazer, escolheu as melhores estalagens
Chegados a Lisboa, indicou-lhes uma boa pensão, para ficarem os muitos meses, que faltavam para que as naus se fizessem ao mar em direção à Índia
A Marina e o Roberto disseram-lhe que não sabiam como lhe agradecer todo o empenho e carinho com que os tinha mimado. Respondeu-lhes que estava muito feliz por os ter ajudado, desejou-lhes muitas felicidades, que fizessem boa viagem e que encontrassem os familiares com saúde
Não perderam tempo, no dia seguinte foram tratar da viagem, o Conde já lhes tinha dito que, normalmente, as naus só se faziam ao mar no mês de abril, devido aos ventos e às correntes
Mas, eles queriam marcar a viagem, queriam saber quando se previa a saída das naus, quando previam a chegada a Luanda, foi-lhes dito que tencionavam largar em abril, quanto à cheada a Lunda, tudo dependia dos ventos e das correntes marítimas, a única certeza é que lhes garantiam a viagem
Ficaram mais descansados, garantiram-lhes que os levavam de regresso a casa, mesmo que não soubessem quando, e não regressavam sozinhos, levavam o Afonso, para mostrarem a toda a gente que tinham um filho lindo, nascido na Europa, em Coimbra, cidade dos estudantes.
“Com D. Maria I, a partir de 1780, é possível observar um conjunto de acções e obras, como a construção de pontes, a realização de projectos para a estrada de Lisboa a Coimbra (que só viria a ficar pronta 18 anos depois) “ ( da net)
Continua.