O Império
O Império - As teias que o Império teceu
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Chegou o grande dia da festa do nascimento da Milay, o palácio foi pequeno, para tanta gente, valeu-lhes o jardim, que acomodou os que não conseguiram entrar no palácio
Gente de todas as idades compareceram, para participarem no grande acontecimento, a cidade desaguou no palácio do Governador
Estava tudo muito bem organizado, as tias da Milay e os criados esmeram-se para que tudo corresse muito bem, e foi o que aconteceu, todos lhes deram os parabéns, e até o avô ficou surpreendido com o bom trabalho, para homenagear a primeira neta.
Toda a família se mostrou muito agradecida para com todos os convidados, por terem aceitado abrilhantar a festa com as suas presenças. Mas, as quatro tias foram as que se mantiveram, toda a festa, numa roda-viva cumprimentando todos e mostrando-se a todos
Não queriam perder a oportunidade de criarem amizades, que as pudessem levar ao conhecimento de toda a cidade, principalmente aos rapazes das suas idades, seduzi-los, mostrar que eram solteiras e procuravam companheiros
Uma vez que a mais velha e mais nova já estavam casadas e tinham cada uma o seu bebé, esperavam que tivesse chegado a vez delas, também queriam contribuir para que o pai tivesse muitas alegrias, com a chegada de mais netas e netos
Se não fosse nesta festa, outra se seguiria, aquando do regresso da Marina e do Roberto, acompanhados do Afonso, o que lhes dava a esperança de encontrarem companheiros, para também virem a ser mamãs
A Rosinha, como convidada de honra, passou quase toda a festa à conversa com o seu compadre, falando da próxima festa, uma vez que os filhos estavam a terminar os seus cursos, em Coimbra
Esperavam que o próximo barco, vindo de Lisboa, lhes trouxesse notícias, não sabiam quando. Mas, só de pensarem que as próximas notícias poderiam ser a chegada deles, enchia-lhes os corações de alegria
Não conseguiam imaginar como estariam os filhos, e muito menos o neto, que nunca tinham visto, seria um emocionante encontro, há muito tempo aguardado, pela primeira vez dois licenciados entravam em Angola, regressavam à sua terra, depois de terem estudado em Coimbra, uma das mais antigas e melhores Universidades da Europa
Os dois Continentes, depois da chegada dos portugueses, ficariam para sempre ligados por laços de amizade, como era o caso das famílias dos jovens, que tiveram o privilégio de estudarem na Europa.
“Primeira mulher a frequentar a Universidade de Coimbra, a única instituição com esse nome no país até então: Domitila de Carvalho, licenciada em Matemática (1894), em Filosofia (1895) e em Medicina (1904) pela Universidade de Coimbra, na qual ingressou no ano letivo de 1890/1891” (Wikipédia)
Continua.