O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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No regresso a casa, pensou no que a comadre lhe tinha acabado de dizer, se ela estivesse certa, se todas casassem, realizariam o seu sonho: ter uma enorme família
Apesar de estar contente por ver as filhas a constituírem família, a mágoa da perda da sua amada continuava a atormentá-lo, nunca a esqueceria, era o grande amor da sua vida
As seis bonitas filhas que deixou, na hora da partida, sem tempo para a despedida, foi como se o tivesse encarregado de fazer também o lugar dela, tomando conta delas, para sempre, e assim estar, também, presente. Cada uma representava uma faceta da mãe, ajudando a que nunca a esquecesse
Em Coimbra, a Anastácia, como era ela que mais tempo passava com o Afonso, mesmo custando-lhe muito, porque ia ficar sem ele, preparava-o para a sua grande aventura, a viagem para outro continente, muito diferente
Assim, ia-lhe dizendo que quando os pais voltassem para a terra deles, ele iria conhecer os verdadeiros avós: o pai da mãe e a mãe do pai, os primos, as primas, as tias, os tios, uma vez que a mãe da mãe e o pai do pai já tinham morrido
Por sua parte, o Afonso, como é compreensível não queria ficar sem a Anastácia e o Elisiário, que eram com quem ele tinha crescido
Infelizmente, adivinhava-se uma separação muito dolorosa, para todos, como acontece em todas as partidas, e esta era uma partida sem expectativas de retorno
Deixou de lhe falar no assunto, talvez fosse melhor, se calhar ainda era muito pequeno para compreender as teias que a vida tece, os motivos por que nasceu num continente, que se não fosse o facto de andarmos, sempre, de um lado para o outro, à procura de melhores condições de vida, não teria acontecido.
“ Política colonial entre 1900 e 1930
Com a derrota militar dos chefes locais, o governo da Província pode finalmente organizar a administração do território, com a instituição do Regulado. O governo recrutava membros da aristocracia indígena como Régulos, encarregados da colecta do imposto-de-palhota, do recrutamento de trabalhadores para a administração e da proibição da venda de quaisquer bebidas alcoólicas que não fossem provenientes da Metrópole.
Para além disso e, na impossibilidade de impedir a migração de trabalhadores para as minas sul-africanas, firmou um acordo, primeiro com a República Sul-Africana e, quando esta foi submetida pelos britânicos, com a respectiva autoridade, regulamentando o trabalho migratório e assegurando o tráfico através do porto de Lourenço Marques. No primeiro acordo, o governo da Província recebia uma taxa por cada trabalhador recrutado; mais tarde, o acordo incluía a retenção de metade do salário dos mineiros, que era pago à colónia em ouro, sendo o montante respectivo entregue aos mineiros no seu regresso, em moeda local.” (Vikipédia)
Continua.