O Império
O Império – as teias que o Império teceu
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A Anastácia e o Elisiário queriam aproveitar os últimos dias das férias escolares para irem ao cinema, teatro, museus, e isso faria com que dessem menos assistência nos cuidados com o Afonso, mas assim que elas acabassem, a Anastácia dedicar-se-ia de corpo e alma ao Afonso, para que o professor e os alunos voltassem aos seus trabalhos, com toda a tranquilidade, sabendo que o Afonso estava muito bem entregue à mais dedicada madrinha e ama
No regresso às aulas, tanto os colegas da Marina, como os do Roberto queriam saber como era ser mãe e pai, se tinha corrido tudo bem, como estava o bebé e quem tomava conta dele, enquanto eles estavam nas aulas
Eram os primeiros alunos africanos a frequentarem a Universidade: um casal com um filho, coisa nunca vista, e ainda por ciam eram os melhores das suas turmas
Tomar conta do Afonso, fazer a comida e a lida da casa fazia com que a Anastácia andasse muito cansada, mas muito contente e alegre por vê-los todos felizes, porque quanto mais os visse felizes, maior seria a sua
Quando regressavam da Universidade, todos tinham que fazer: Um lavava as fradas, caso a Anastácia não tivesse tido tempo de o fazer, dar-lhe banho, por a mesa, lavar a loiça, tudo feito em equipa, para que tivessem tempo, para comtemplar o Afonso, que tanto pais como padrinhos não se cansavam de mimar
Por muito trabalho que uma criança dê, as suas recompensas são, sempre, muito maiores, cada criança é o maior tesouro, que pudemos desejar
Moçambique
Até finais do século XIX, a presença oficial portuguesa em Moçambique, limitava-se a umas poucas capitanias ao longo da costa
Portugal, bem estabelecido em Goa, de onde vinham diretamente as ordens relativas a Moçambique, contava que os comerciantes, que se iam estabelecendo no interior do território formassem o substrato para uma administração efetiva. O fundamental era o controlo do comércio do ouro, nos séculos XVI e XVII, depois do marfim e dos escravos. A administração colonial não conseguia sequer cobrar os impostos a esse comércio
Em 1686, o Vice-Rei português batizava, em Diu, a “ Companhia dos Mazanes”, formada por ricos comerciantes indianos, à qual eram dados privilégios no comércio entre aquele território e Moçambique. Ao abrigo desta companhia começaram a fixar-se, em Moçambique, dezenas de comerciantes indianos, as suas famílias e empregados. Apesar das boas condições entre os indinos e os governantes coloniais, a situação financeira da colónia não melhorou
Em 1752, em face da decadência da Ilha de Moçambique, o governo do Marquês de Pombal decidiu retirar a colónia africana da dependência do Vice-Rei do Estado da Índia e nomear um governador-Geral, que passou a habitar o Palácio dos Capitães-Gerais, confiscado aos Jesuítas
Só depois da visita do “Emissário Régio”, António Enes, em 1895 e dos acordos com o Transvaal para a edificação da linha férrea, o governo colonial decidiu mudar a capital da ”província” para Lourenço Marques e, com a debandada das companhias majestáticas, organizar uma administração efetiva de Moçambique, tinha a forma de “circunscrições indígenas”, cujos administradores tinham igualmente as funções de juízes. Eram coadjuvados pelos régulos, nas “regedorias” em que as circunscrições se dividiam, que eram membros da aristocracia africana ( portanto, aceites pelas populações) que aceitavam colaborar com o governo colonial; as suas principais funções eram cobrar o “imposto de palhota” e organizar a mão-de-obra para as minas do Rand e para as necessidades da administração.
Continua