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08
Ago24

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

 

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Nos séculos XVI e XVII, as Molucas eram as chamadas “ Ilhas das Especiarias”. Naquela época eram as únicas fornecedoras mundiais de noz-moscada e cravo-da-Índia, especiarias extremamente valorizadas nos mercados europeus, vendidas por mercadores árabes à República de Veneza a preços exorbitantes, com os negociantes a nunca divulgarem a localização exata da origem.

Em 1511-1512, os portugueses foram os primeiros Europeus a chegar às Molucas, à procura das afamadas especiarias.

Os holandeses, os espanhóis e outros reinos locais, como Ternate e Tidore, disputaram o controlo do lucrativo comércio de especiarias. As árvores de noz-moscada e cravo-da-Índia foram, posteriormente, transplantadas no mundo inteiro, o que reduziu a importância internacional da região.

A Junta de Badajoz-Elvas foi uma negociação diplomática entre as Coroas de Espanha e Portugal, visando encaminhar a chamada questão das Molucas

A Junta reuniu-se de 11 de Abril a 31 de Maio de 1524, sobre a ponte do rio Caia, com representantes de D. João III de Portugal e de D. Carlos I Espanha, para clarificação dos termos do Tratado de Tordesilhas (1494), após a viagem de Cristóvão Colombo (1492)

Quando Magalhães partiu de Sevilha na, sua viagem de circum-navegação (1519-1522), a diplomacia de D. Manuel I notificou a de D. Carlos I sobre a invasão de regiões sob jurisdição portuguesa, ao que o soberano espanhol assegurara que jamais aconteceria, e que assim o havia ordenado expressamente ao capitão-mor da armada

Com o retorno da nau sobrevivente, carregada de cravo, noz-moscada e sândalo, D João III apresentou os seus protestos. O soberano espanhol argumentou, em resposta, que as ilhas onde a armada havia carregado, encontravam-se compreendidas no hemisfério castelhano, de acordo com o tratado de Tordesilhas

Dadas as dificuldades técnicas das observações astronómicas à época, não era possível uma demarcação precisa do Meridiano de Tordesilhas. Desse modo, as duas Coroas decidiram reunir uma “junta de especialistas” para debater a questão da delimitação oriental das respetivas áreas de influência, de modo a acordar a quem caberia a posse das Molucas

Os resultados obtidos pela junta revelaram-se nulos. O soberano português, ciente que era impossível fazer a delimitação sobre dados objetivos, deu instruções aos seus especialistas para que fosse rejeitada qualquer argumentação técnica dos cartógrafos e cosmógrafos, afirmando a sua soberania com base numa presença portuguesa, de facto, desde há mais de uma década na região. Foi estabelecido, provisoriamente, que os

 

direitos de comércio nas Ilhas Molucas seriam portugueses, mediante o pagamento de 40.000 ducados de ouro anuais, por contado dote de D. Catarina, ainda em dívida a Portugal

Posteriormente, com a assinatura do Tratado de Saragoça (1529), seria concedida a posse definitiva desse comércio a Portugal, pela quantia de 350.000 ducados

Embora não se saiba ao certo se Portugal efetivamente pagou essa quantia, o assunto deixou de ter importância nas décadas seguintes, devido ao declínio da lucratividade do comércio de especiarias e da união das duas Coroas, sob a Dinastia Filipina.      

              

(ALBUQUERQUE, Luís. O Tratado de Tordesilhas e dificuldades técnicas da sua aplicação rigorosa. Separata da Revista da Universidade de Coimbra. Coimbra, 1973.

FRADE, Florbela. A presença portuguesa nas Ilhas de Maluco: 1511-1605 (texto policopiado). Lisboa, 1999.

A, A. Teixeira da. A viagem de Fernão de Magalhães e a questão das Molucas. Actas do II Colóquio Luso-Espanhol de História Ultramarina. Lisboa: Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1975.)

Há quem diga que Fernão de Magalhães não queria regressar, por ter verificado que as Molucas pertenciam ao hemisfério português, de acordo com o Tratado de Tordesilhas.

Com a viagem de circunavegação nasceram as Filipinas.

Em Coimbra, o almoço foi muito elogiado, tendo a Anastácia ficado muito feliz. Depois do almoço, os padrinhos falaram dos nomes. O Elisiário disse que não gostava do seu nome, por isso, caso fosse menino, gostava que se chamasse Afonso, se todos concordassem, os futuros pais e a madrinha disseram que era um nome muito bonito, se fosse uma menina teria o nome da madrinha, como era habitual.      

Continua.

 

 

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