O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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A feitoria de São João Batista de Ajudá, no Benim
Os primeiros viajantes europeus a alcançarem Benim foram os exploradores portugueses em cerca de 1485. A forte relação mercantil foi desenvolvida, com o comércio entre os produtos tropicais de Edo como o marfim, pimenta e óleo de dendê e os bens europeus de Portugal, como o cânhamo-de-manila e armas. No início do século XVI , o Oba enviou um embaixador a Lisboa, e o rei de Portugal enviou cristãos missionários à cidade do Benim. Alguns moradores da cidade do Benim ainda falariam um português pidgin no final do século XIX.
Aos primeiros minutos do dia 1 de agosto de 1961 a bandeira das quinas foi arriada
Em 1965, o mítico guerrilheiro Che Guevara visitou a histórica fortaleza de Ajudá e o Templo das Serpentes (pitons)
Depois da independência do Brasil, em 1822, 1961 foi o ano do início do fim do Império
Em Coimbra, tanto a Marina como o Roberto iam de vento-em-popa, nos estudos, mas à Marina as exigências eram muito maiores, devido às dificuldades do curso e ao seu estado de gravidez
Roberto tinha receio que a Marina perdesse o bebé, chegando a sugeri-lhe que voltassem para Luanda, ou continuassem em Coimbra, mas desistisse do curso. Mas, ela recusou ambas as soluções
Estava determinada a continuar os estudos, pronta par todos os sacrifícios, sem colocar em perigo a vida do bebé
Os professores, vendo a sua grande determinação e a sua inteligência, já lhe tinham prometido ajudá-la no que pudessem, uma vez que queria ser mãe e licenciar-se, para voltar para a sua terra e ajudar os povos de Angola, com o seu saber
Foi já em janeiro do ano seguinte ao da sua chegada à Metrópole, que a Marina recebeu a primeira carta do pai, em resposta à que lhe tinha enviado, dando notícias suas e do Roberto, acerca da viagem, da estada deles em Lisboa, da chegada a Coimbra, do início dos seus cursos e da sua gravidez
O pai informava-os da felicidade dele e da Rosinha, por virem a ser avós e pedia-lhes para voltarem para Angola, para que o bebé nascesse em Luanda
A Marina respondeu-lhe que compreendia a pressa deles em terem os filhos e o futuro bebé junto deles. Mas, eles estavam determinados a realizarem os seus cursos, o que faria com que só voltassem a Angola passados cinco ou seis anos
Pedia-lhes para compreenderem a sua escolha, não podiam perder a oportunidade, que tinham tido, de estudarem numa das mais prestigiadas Universidades do mundo, tentando aproveitar ao máximo todos os conhecimentos que lhes transmitiam, para os colocarem ao serviço dos povos de Angola
Quanto ao bem-estar do bebé, podiam estar descansados, porque já tinha uma senhora para tomar conta dele
Uma senhora, que conheceram por acaso, num café, num domingo à tarde, quando queriam uma mesa, para poderem beber um café e descansar um pouco
Como estava tudo ocupado, pediram a uma senhora, que estava sozinha, se a podiam acompanhar, tendo-lhes respondido que ficava muito contente com a sua companhia
Despois das apresentações, de lhes terem dito que eram naturais de Angola, que estavam a estudar na Universidade, ela perguntou-lhes como fariam, quando o bebé nascesse
Responderam-lhe que tinham de arranjar quem tomasse conta dele. Ela, com um sorriso de felicidade disse-lhes que gostaria muito de os ajudar e tomar conta do bebé. Tinha ficado viúva muito cedo, não tinha filhos, gostava muito de crianças, tinha uma casa muito grande, onde vivia sozinha
Há muito que queria encontrar alguém que quisesse viver com ela, sentia-se muito só: uma rapariga, um casal
Assim, eram os candidatos ideais: uma avó, os filhos e o futuro neto ou neta, seria uma bonita família.
Continua