O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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O Casalinho estava cada vez mais feliz, a Rosinha já beijava e abraçava o Januário, com alegria, sem qualquer receio, o que fazia com que ele se sentisse muito feliz
Mas, o facto de nem sempre conseguirem entender-se dificultava uma convivência normal, a língua era o seu maior problema. Mas ela iria continuar a tentar que ele percebesse que era essencial dar as boas notícias à sua família
Por outro lado, o Januário queria dar outro rumo às suas vidas, mais tarde ou mais cedo a sua Rosinha ficaria grávida, e era preciso encontrar maneira de dar aos seus filhos as melhores condições de vida
Depois de uns meses de lua-de-mel, a barriga da Rosinha começou a crescer, ambos ficaram muito felizes em breve, seriam pais
Foi graças à sua gravidez, que a Rosinha conseguiu convencer o Januário a procurarem a sua família, porque era preciso que na altura do parto, pudesse ter a seu lado, alguém que já tivesse passado por essa experiência, para a ajudar
A seguir à alegria, seguiram-se as preocupações, não sabia como seria o futuro, já não se tratava só das vidas deles, mas do bebé, que estava para nascer
Passados alguns dias conseguiram entender-se e foram procurar a família dela, que não vivia muito longe
Tinha um grande terreno, fora da cidade, no lado oposto ao que eles escolheram para passarem os primeiros meses de união, com três cubatas
A mãe e as três irmãs ficaram muito contentes, já a tinham dado como morta, correram para ela, beijaram-na e apertaram-na contra elas, a mãe passou-lhe a mão pela barriga e sorriu, parecendo dizer-lhe que estava muito feliz por estar prestes a ser avó
O Januário esteve a apreciar o reencontro, sem saber qual seria a reação delas, até que a sua Rosinha o foi buscar e apresentou-o à sua família
Não percebia nada do que diziam, mas pelo seu semblante e pela maneira carinhosa com que o receberam, percebeu que não teria dificuldade em integrar-se naquela família
No entanto, não estava completamente tranquilo, tudo aquilo poderia não passar de uma armadilha para o eliminarem, cabia-lhe a ele, agora, sentir o que a Rosinha sentiu quando a raptou, com a diferença de que estava confiante na sua pistola para se defender
Nem a Rosinha sabia que ele tinha uma pistola, mas tinha medo que elas a descobrissem quando ele estivesse a dormir, e aproveitassem para o matar
Foram dias de muita ansiedade para o Januário, não conseguia dormir, a Rosinha percebeu que ele estava diferente, que não tinha a alegria de quando estiveram sozinhos
Tentou dar-lhe mais atenção, fazer o que faziam antes: passearem nas matas para colherem frutos para comerem e também o foi integrando no dia-a-dia da família, para que se sentisse membro de pleno direito.
Continua