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27
Abr23

O Império

cheia

O Império – As teias que o Império teceu

6

A boa disposição e o ânimo com que saíram da Ilha de Moçambique não durou muitos dias, à medida que se iam aproximando do cabo das agulhas, onde o Índico e o Atlântico se encontram, as dificuldades aumentavam, fazendo com que vissem, novamente, as suas vidas em perigo

O desejo de chegarem a Luanda era muito grande, pisar terra trazia sempre muita alegria, tornava-se em mais uma conquista

O Januário estava apreensivo, com receio que a sua decisão não fosse a melhor, mas não ia alterá-la, iria cumpri-la, dentro do possível, como tinha sido delineada

Os dias passavam, e só se via água, uma tempestade pôs fim aos dias calmos, a passagem do Índico para o Atlântico era sempre uma grande aventura

Outra vez mastros partidos, velas rasgadas, dois marinheiros, que tentavam reforçar um mastro, caíram ao mar e ninguém mais os viu

Foi mais um acidente, que muito entristeceu todos os que o presenciaram, sabiam que havia muitos perigos nestas viagens, mas não estavam preparados para perderem a vida 

Quem participava nestas viagens queria fama, glória, fortuna, para além dos que eram levados à força, alguns, retirados das prisões

Também havia muitos voluntários, homens e mulheres que gostavam de participar nestas aventuras, que queriam testar as suas capacidades, desafiar os perigos, como se não houvesse limites, mas elas tinham de se disfarçar de homem, porque não eram permitidas mulheres a bordo

Naquela emergência e aflição de consertar mastros e velas, Januário descobriu que quem o estava a ajudar a reparar uma vela era uma mulher, ficou surpreendido com a descoberta, mas fingiu não se ter apercebido de nada, queria passar o mais despercebido possível, para que quando chegassem a Luanda, e abandonasse o barco, não dessem pela sua falta

Luanda foi fundada a 25/01/1576, pelo fidalgo e explorador Paulo Dias de Novais, com o nome de “São Paulo da Assunção de Loanda “

Luanda tornou-se a partir de 1627 o centro administrativo da região, que se começou a chamar de Angola

Luanda tinha cerca de mil colonos, entre civis e militares, a prioridade era a construção de um ou mais fortes, para a defesa da cidade

Mais de sete meses depois de saírem de Nagasaki, finalmente chegara a Luanda, estavam todos cansados de ver mar, de passar fome e sede

Foram muitos o perigos que tiveram de enfrentar, os medos que tiveram de vencer, porque o mar é uma imensidão de água, que nos está sempre a surpreender.

Continua

  

 

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