O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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Januário, um jovem de 20 anos, há muito que sonhava embarcar na carreira das Índias, um belo dia, ao ver que estavam a preparar mais uma partida, ofereceu-se para fazer parte da tripulação, foi aceite e ficou muito feliz
Queria conhecer novas terras, novas gentes, fazer fortuna, arranjar uma companheira, deixar a vida boémia de Lisboa
Chegou o dia de deixarem Lisboa e fazerem-se ao mar, estava radiante, finalmente podia fazer muitos projetos: ficar na Índia, em Luanda, em Lourenço Marques, onde aportassem e visse que era o melhor lugar para viver, não queria era voltar a Lisboa, não queria mais aquela vida de expedientes, sem futuro
Tinha planeado estar muito atento a todos os locais onde aportassem, para poder escolher onde ficar
A primeira paragem foi na Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo, local que estava fora dos seus planos, queria uma colónia grande e rica, que fosse muito maior que a metrópole
Seguiu-se Luanda, que o encantou, no pouco tempo que teve para ir a terra, tentou gizar um plano, para no regresso ficar em Luanda
Seguiram para Índia, pelo canal de Moçambique, mas não aportaram, queriam chegar à Índia quanto antes, porque o seu destino era chegarem ao Japão, passando pelas Molucas
Estávamos em 1629, não podiam perder tempo, ainda tinham de aportar em Goa, Malaca, Macau e Nagasaki
Januário teve a oportunidade de percorrer toda a carreira da Índia, teve muito por onde escolher, para se estabelecer e tentar enriquecer
Conheceu tantas e variadas gentes, que não sabia o que fazer, se bem que já se tivesse encantado por Luanda
Ainda esteve indeciso entre a Ilha de Moçambique e Luanda. Mas, acabou por preferir não perder, o Oceano Atlântico, de vista
Gostou muito da baia de Luanda, parecia um sítio ótimo para abandonar o barco e tentar constituir uma família, não faltariam bonitas raparigas nativas e bons terrenos para produzirem alimentos.
Continua