O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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Já vem de muito longe, quem queira viver do trabalho dos outros, os cucos, que põem os ovos nos ninhos dos outros pássaros, para que lhes criem os filhos, porque criar filhos dá muito trabalho
Os piratas, que trabalhavam por conta própria, não tinham de prestar vassalagem aos Reis
Os corsários, que tinham um estatuto, estavam autorizados a roubar os barcos das nações em guerra com a sua, tinham a bênção dos Reis
As caravelas portuguesas tinham de evitar maus encontros com todos estes senhores, que não querendo ou não podendo ir ao supermercado das índias, queriam ficar com as especiarias e as sedas, que os outros tinham tido o trabalho de ir buscar
Por causa dos piratas e corsários, os Felipes, aquando da união Ibérica (1580 a 1640) mandaram construir em Angra do Heroísmo uma enorme muralha para proteger as mercadorias que vinham do Oriente e das Américas
Há quem diga que em Angra do Heroísmo foi criada a primeira estação de serviço: abastecimento e reparação de navios, angariação de homens para fortalecerem ou substituírem as tripulações, serviços para tratamento dos que chegavam doentes, hospedarias, tabernas, casas de meninas ………..
Terá a Ilha Terceira inspirado Camões, para escrever a Ilha dos Amores?
…]aconselhara a mestra experta:
Que andassem pelos campos espalhadas;
Que, vista dos barões a presa incerta,
Se fizessem primeiro desejadas.
Alguas, que na forma descoberta
Do belo corpo estavam confiadas,
Posta a artificiosa formosura,
Nuas lavar se deixam na água pura. (Canto IX, 65)
Fonte: https://www.passeiweb.com/os_lusiadas_a_ilha_dos_amores/
Oh, que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves! Que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Milhor é exprimentá-lo que julgá-lo;
Mas julgue-o quem não pode exprimentá-lo. (Canto IX, 83)
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“Ali, com mil refrescos e manjares, Com vinhos odoríferos e rosas, Em cristalinos paços singulares, Fermosos leitos, e elas mais fermosas; Enfim, com mil deleites não vulgares, Os esperem as Ninfas amorosas, D’ amor feridas, pera lhe entregarem Quanto delas os olhos cobiçarem.
Fonte: https://www.passeiweb.com/os_lusiadas_a_ilha_dos_amores/
Continua