Natal
Natal
Este ano não há Natal
Infelizmente, cada um vai ficar no seu quintal
Filhas, filho, netas, neto, todos tão longe, mas tão perto
Mais Natais virão, onde todos caberão
Mas neste, não querem arriscar
Para que nos outros, todos possamos estar
Estes meses têm sido muito duros de suportar
Quantos mais, ainda, teremos de aguentar?
A vida está-nos sempre a perguntar
O que com ela queremos argumentar
Passamo-la na correria da pressa
Com medo que a esperança arrefeça
Um dia ela tropeça
Olhamos para trás e arrependemo-nos de não a termos ouvido
De a termos gasto sem sentido
Não serve de nada estar arrependido
Não volta mais, o tempo perdido
O mais importante é vivermos na ilusão de que tudo é permitido
Na alegria de cada dia saborear o melhor que ela tem para nos dar
Na euforia de que o sonho nunca vai acabar.
José Silva Costa