Maio
Maio
Maio, mês das flores e dos amores
Dos dias de muito sol
Das serenatas matinais
Começam pelas cinco da madrugada
Toda a passarada, numa cantoria ritmada
Para encantar uma namorada
É um grande privilégio
Viver num grande sossego
Acordar ao som das serenatas da passarada
Este ano dei por dois ninhos de melro
Nos arbustos do meu quintal
Até podem existir mais
São os nossos vizinhos
Depois da serenata, encontrada a namorada
Começa a grande azáfama da construção do ninho
Suavizada pelo romantismo do acasalamento
Depois da casa feita, vem a postura dos ovos
O choco e o aparecimento dos filhotes
Mas, os predadores estão sempre à espreita
Num dos ninhos, de um dia para o outro, os ovos desapareceram
No outro, dos ovos, saíram três filhotes
Dias depois foram atacados pelos gaios
Que deixaram só um
Teve sorte, cada vez está mais forte
Com pais incansáveis, constantemente a alimentá-lo
Pode ser que o consigam criar
Pois, de um momento para o outro, tudo pode acabar
Lá se vai o trabalho e o sonho de criar uma ninhada
A Natureza, com a sua sábia cadeia alimentar
Consegue regular o equilíbrio, para manter o Planeta, vivo
José Silva Costa