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12
Jun18

Lisboa!

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Festas de Lisboa

 

Lisboa, quem te viu e quem te vê!

Antigamente: desconfiada, amordaçada, num vestido de chita, enfiada

Cantando o fado, com uma canastra de peixe, à cabeça, carregada

Com muitos negócios de vão de escada

Passavas os dias, calada, com medo da piada, atribuída ao símbolo da cidade: dois corvos num barco

“se pias, embarcas”

Só os pregões quebravam a monotonia de uma cidade, vazia

--- O homem do ferro velho: “quem tem trapos, garrafas ou jornais, para vender”?

--- A varina: “é carapau e sardinha, vivinha da costa”

--- A mulher da fava-rica; “ fava-rica, quem quer almoçar”?

--- O ardina : “Século, Diário de Notícias”

Um compadre meu, apanhou um comboio, com destino à estação de Sul e Sueste, cuja viagem de comboio terminava no Barreiro, sendo o resto do percurso feito de barco, para ir depositar o dinheiro da cortiça.

Mal saiu do comboio, apareceu o ardina a apregoar: Século, Diário de Notícias, Século, Diário de Notícias

O meu conterrâneo percebeu, cerca o da cortiça; voltou para o comboio e seguiu para casa

A mulher estranhou a rapidez da viagem, e pelo aspeto do marido, viu, logo, que algo tinha corrido mal

Foi, então, que ele lhe disse: Vê lá, que mal saí do comboio, no Barreiro, apareceu um homem a gritar: “ cerca o da cortiça, cerca o da cortiça”

Como é que eles sabiam que eu tinha vendido a cortiça?

Lisboa, com os seus bairros populares, sempre em competição, mas o mais badalado era o Bairro Alto, onde se situavam os jornais, as casas de fado e as de prostituição, lado a lado

Uma coisa que não mudou foi a pedinchice! Parece-me que o país sempre viveu de mão estendida

Pelo Santo António, em cada esquina, um bando de miúdos, com uma imagem do santo, na mão, pediam: “ um tostãozinho para o Santo António”.

 

José Silva Costa

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