Hoje, a vida não vale nada
A Guerra em Directo
A Primavera não trouxe flores
A guerra só traz horrores
As crianças gemem de dores
As guerras são tumores.
As bombas nos televisores,
As crianças jazem, sem dores.
Os hospitais não têm dadores,
Os aviões são vampiros voadores.
A câmara de filmar ensanguentada,
O operador jaze morto, na estrada.
A memória para sempre arrepiada
Pela imagem, na televisão, passada.
A mãe beija a filha, que está magoada
A criança, abre os olhos, de assustada
É a morte, pelo avião, anunciada,
Foi o míssil, disparado, na madrugada.
O sangue corre pela estrada
Na guerra a vida não vale nada
Só, a morte merece ser louvada
A guerra é, sempre, uma via perdida
Só a paz deveria ser servida.