Em casa
Confinamento
Novamente a negra paralisante clausura
Como planear a vida, se cada dia é uma aventura
Cada vez está mais difícil viver em constante rutura
Há quase um ano nesta cercadura
Sem fim à vista, sem saber quanto mais dura
Tanto tormento, tanta agrura
Para uma vida de tão curta dura
Sem que ninguém nos possa acompanhar à sepultura
Só nos resta ter esperança numa, melhoria, futura
Que desejamos seja segura
Se não morremos do mal, morremos da cura
Há demasiado tempo que esta luta perdura
Nem todos estão preparados para esta moldura
Nem todas as habitações têm condições para tanta desenvoltura
Escolheram esta altura
Para nos mandarem para a cura.
José Silva Costa