As crianças!
Colónias de férias
Onde estão as crianças, que enchiam as praias?
Esvoaçando como as gaivotas
Este ano sinto falta dos seus sorrisos, do seu barulho
Do momento tão esperado
Quando os banheiros autorizavam a sua entrada no mar
Pareciam um cardume a saltitar
Sempre muito atentos, não fosse alguma perder o ar
Na areia, não se cansavam de brincar
Era uma alegria vê-las a construírem os castelos dos sonhos
Para elas não havia impossíveis
Tudo era realizável
Até nos dias em que não se via o sol
As correrias aqueciam e davam asas à liberdade
Eram umas férias de verdade
Que marcam, para sempre, a idade
Por onde andarão, este ano, as gaivotas que me faziam lembrar a mocidade!
Este vírus cortou-lhes as asas, não podem voar em bandos
Era ver os autocarros, uns atrás do outros, a despejarem flores na praia
Eram salpicos de perfume e sorrisos para todos.
José Silva Costa