Arrogância!
Monchique
Uma política de terra queimada!
O desespero, pela perda do esforço de uma vida, sem férias nem horários
A arrogância de quem nunca lhe faltou nada!
Que não entende que uma casa foi o sonho e o trabalho de uma vida
Aquelas hortas e árvores são o sustento de bocas, que não se resignam
Que não querem viver da mendicidade instituída, de mão, sempre, estendida
Nalguns casos, complementos de miseras pensões, para aqueles que as têm, que não chegam aos 300€
Os camponeses não baixam os braços, produzem o seu sustento
Ao sol, à chuva, ao frio, ao vento
Não têm horários de trinta e cinco horas
Trabalham de sol a sol, sem férias, nem dias de folga
Muitos, nunca pisaram as areias das praias do seu Distrito!
Tão apreciadas por nacionais e estrangeiros
Compreende-se que não queiram abandonar o que tanto lhes custou a construir
Ficarem sem os seus bens, foi uma morte antecipada
O que não se compreende é a política de terra queimada
Governar é defender as pessoas e bens, de tragédias previsíveis
A tragédia de Monchique estava há muito anunciada.
José Silva Costa