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cheia

cheia

12
Nov17

Adeus

cheia

Meu saudoso irmão

Irmão, meu irmão

Partiste tão cedo!

Sem que tivéssemos tido tempo

De relembrar as nossas aventuras

Os seis anos que brincámos, juntos (porque aos dez anos saí do nosso lar, para ir trabalhar)

Os brinquedos que inventámos

Nós, nunca fomos visitados pelo Pai Natal

Todos os nossos brinquedos foram da nossa autoria

Com mais quatro anos, queria impor as regras

Mas, tu nem sempre concordavas

Então, tínhamos de negocia-las

Cada um tinha o seu rebanho de ovelhas

Que pastoreávamos na margem da ribeira

Materializado por seixos brancos

Os mais pequenos eram os borregos

Os dois maiores representavam o cão e o pastor

Um dia inventámos um escorrega

Descobrimos uma grande laje, com bastante inclinação, na margem da ribeira

Mas tínhamos de arranjar qualquer coisa onde nos sentarmos, para não estragarmos as calças

Já não sei de quem foi a ideia de arranjar uma grande esteva

Onde nos sentávamos e descíamos, à vez

Ao princípio, com todo o cuidado, íamos travando com os pés, descalços, com medo

Mas, à medida que a adrenalina nos fez esquecer o que poderia acontecer

Acelerávamos, e, só nos últimos metros tentávamos travar, para reduzir o embate

Nos dias frios de outono e inverno, quando a superfície da ribeira gelava, chegava o desafio

Tentar tirar e levar para terra, aquilo a que chamávamos espelhos: a maior superfície e água gelada, numa operação sincronizada, para que não se partissem.

 

Adeus.Descansa em paz.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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