A vida!
A Chuva
Caiem gotículas de vida
A multidão está aborrecida
A semente estava adormecida
Sentia-se tão triste e esquecida
Tanto tempo no pó, aborrecida
Lavou os olhos e inchou de alegria
Tantos meses de hibernação à espera
Que uma gotícula lhe desse vida
Tudo o que estava à espera de água fervilha
Um pássaro desenterrou um grão de ervilha
Que rolou no declive para dentro duma cova
Fugiu da morte certa para uma vida incerta
Preferiu mais uma incursão no ciclo da vida
Sempre com a ambição da multiplicação
As sementes experimentam um fogo ardente
O verde rebenta do seu ventre
A Natureza brilha, novamente
Para alegrar toda a gente
Mesmo para os que não gostam da chuva
Que não querem saber da sede da semente
Mas, dizem-se amantes da Natureza!
José Silva Costa