A Bela Várzea de Colares
Várzea de Colares,suave e doce paraíso, na terra
Síntese da mais bela serra
A tua ribeira tinha a mais límpida e perfumada água
Era bordejada por frondosos pomares.
A tonalidade das árvores, ao longo do ano
À medida que se iam despindo e vestindo
Era um encanto para os olhos,
Uma melodia para os sentidos.
Não verei mais a ponte antiga do Rodízio
Nem o peixe, por debaixo dela, a saltar, a respirar, a viver
Tudo o que neste curso de água vivia, está a morrer
Já não vi os rodízios fazerem as mós moerem o trigo
Nem as lavadeiras, dentro do teu leito, com água até o umbigo
O betão, a pouco e pouco, vai matando a tua ribeira
Será este o preço a pagar
Por hoje me sentar
Defronte de um computador
E ver o Mundo, por um fio?
José Silva Costa