O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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Um interminável dia acabaria por ser o mais bonito, para a Miquelina e o Ezequiel
Quando ele entrou e a beijou, ela agarrou-se a ele, com as mãos na sua cintura, beijou-o durante tempo sem fim, apertando-o contra o seu corpo, para que sentisse como o seu corpo vibrava de alegria
Ezequiel não sabia o que se passava, para ela não deixar de o beijar, nem deixar de se colar ao seu corpo. Mas ela não parava, nem dizia o que se passava, queria que aquele momento não tivesse fim
Vendo que o Ezequiel estava quase a desesperar, disse-lhe que estava grávida, viu, nos olhos dele, o sorriso mais bonito e brilhante, que só uma grande felicidade conseguem transmitir
Continuaram agarrados um ao outro, agora era o Ezequiel que não parava de a beijar e de a abraçar, foram momentos inesquecíveis e indiscritíveis
Depois de tão grande azar, Salvador de Sá rumou para Luanda, na foz do rio Massangano, uma pequena comitiva desembarcou para avisar o Comandante do Forte de Massangano da chegada de reforços, mas os brasileiros foram aprisionados por nativos aliados dos inimigos, levaram-nos para um posto holandês, no Forte Mols, na foz do rio Cuanza
Sem saber se a comitiva tinha cumprido a sua missão, Salvador de Sá dirigiu-se para Luanda, onde chegou no dia 12 de agosto de 1648
Só dois navios guardavam o porto, o Noort-Holland e o Ouden Eendracht, que fugiram para o alto-mar
Dois pescadores negros, capturados no porto, contaram que a tropa, comandada pelo holndês Synon Pieterzoon, estava com os jagas a combater os portugueses em Massangano, o que ajudou a entrada, de Salvador de Sá, em Luanda, desguarnecida, com apenas 250 holandeses a vigiarem o Forte do Morro e o Forte da Guia
Também a Rosinha e o Januário, bem como a filha e o filho ficaram muito contentes por saberem que a Miquelina estava grávida, mesmo que as condições, no Forte, não fossem as melhores para nascerem bebés
Isso não impedira que já tivessem nascido muitos, durante os longos anos, que já tinham passado, desde a chegada dos refugiados de Luanda, e muitos mais iriam nascer, porque é a única maneira de preservar a espécie, e naquele tempo não havia nada que ajudasse a combater o natural aumento dos membros das famílias.
Continua