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24
Fev22

A guerra!

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A guerra

 

Voltaram os canhões

A paz não passou de ilusões

Porque há povos que se julgam campeões

Não conseguem viver em paz com as outras nações

Têm outras pretensões

Sonham com as suas antigas possessões

Não compreendem os que sonham com, livres, nações

Sem ditaduras, nem pressões

Como é que gostam tanto de ditadores?

Se nos seus governos não há liberdade, nem flores

As ditaduras alimentam-se de horrores

Enquanto as democracias se alimentam de valores

Como é que pessoas avisadas e educadas se deixam enganar

Por políticos cheios de rancores?

Quando deviam lutar por governos sufragados pelos eleitores

Mas, infelizmente, há povos que não conseguem, pelas suas cabeças, pensar

Assim, colocam todas as decisões nas mãos de um ditador

Se não sabem saborear a Liberdade e a Paz

Então, não sabem o que é viver!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

17
Fev22

Emigrantes!

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No paraíso!

 

 

A pressa que deu em vagar

A tomada de posse, do Governo, a patinar

A tomada de posse dos novos deputados

à espera dos emigrantes que queiram, novamente, votar

Neste país, é esperar de tudo!

Acordos de cavalheiros para as leis violarem

Oitenta por cento dos votos do círculo da Europa para o lixo

Isto não é nenhum conflito

É o habitual, mesmo que haja quem ache esquisito

Foi um grito no infinito

De alguém muito aflito

Que julga que este país é um palito

Sem rei, nem roque

O que é preciso é sorte

Que nunca se perca o norte

Há sempre quem encontre o lote

E quem faça o porte

De defender o desnorte

Dizendo bem da má morte

De um perfume bem forte

Capaz de embebedar a consorte

Para que esteja, sempre, de acordo

Mesmo que o país marque passo

Porque os mandantes se portam como miúdos

Todos os disparates são normalidades

Nunca há responsabilidades

Mais mês, mais ano, tanto faz

Melhorar, para quê?

Se mostraram estarem felizes e contentes

Para quê, serem exigentes?

Se as promessas foram tão eficientes

Não precisamos de novas mentes!

 

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

14
Fev22

Namorar!

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Dia dos namorados

Fizeram de ti um dia de consumismo

Mas, felizmente, namorei no tempo

Em que as prendas que trocávamos

Eram os beijos que dávamos

Era o perfume que inebriava os sentidos

Que me acompanhava até nos voltarmos a encontrar

As cartas e as poucas fotografias hipnotizavam-me

Continham o teu perfume, o teu olhar, o teu sorriso

Como era bom adormecer com elas, como se estivesses a meu lado

Tirando alguns arrufes, por causa dos ciúmes

Foi um namoro de um amor platónico

Durante quatro longos anos

Que nunca mais tinham fim

Até chegarmos aos vinte anos

Quando decidimos casar e os nossos pais nos autorizaram

Mesmo assim não nos livrámos de ouvir

Que eramos duas crianças

Crianças ou não, vamos a caminho dos 57 anos de casados

 

Namorar é viver no ar

É dormir nas nuvens e sonhar.

 

José Silva Costa

 

10
Fev22

Pais(10)

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Pais (10) 

 

Ficaram, ainda, mais motivados para estudarem, esperavam que os pais se orgulhassem deles, queriam fazer o que lhes fosse possível, para ajudar os mais desfavorecidos

Ela escolheu ser professora e ele a advocacia. Foram, sempre, bons alunos

Assim, que acabaram a formação, criaram um colégio destinado a meninas e meninos, cujos pais não tinham possibilidades de custear o total dos estudos

Pagavam de acordo com as suas possibilidades, e os que não pudessem pagar, não pagavam nada

Conseguiram ajudar muitas crianças, a obter uma formação, que lhes permitiu conseguirem empregos, com melhores ordenados

Mas a grande crise, de 2008, fez com que o seu estabelecimento de educação não resistisse, tiveram de o fechar, com grande pena deles, e procurar outro meio de subsistência

Já tinham constituído família, ambos já tinham filhos, foram tempos muito difíceis, valeu-lhes o apoio dos pais, que estavam muito orgulhosos do que tinham feito, e muito felizes por já terem netos

As consecutivas crises do século XXI, e a pandemia vieram-nos mostrar, quanto é importante ter uma família coesa

Quando surgem os divórcios, quando perdemos o emprego, quando perdemos a casa, ou quando perdemos tudo, é nos braços dos nossos pais ou avós, que vamos chorar, e são eles que nos enxugam as lágrimas

Nestas crises e pandemia, muitos pais e muitos avós foram muito importantes, ajudando os filhos e os netos, prescindindo de dias mais desafogados, para ajudarem os seus descendentes

A Ana e o Francisco não escondiam o seu contentamento e felicidade, por terem adotado o Pedro e a Inês

A Ana dizia que o facto de não ter podido ter filhos, lhe tinha permitido experienciar a enorme felicidade de poder dar colo a duas crianças, que perderam o colo dos pais biológicos

Ambos sonhavam com o dia da reforma, para puderem estar mais tempo com os filhos e, principalmente, com as netas e os netos

Queriam aproveitar todos os momentos para estarem com eles, antes que crescessem e tivessem menos tempo para estar com os avós

Desejavam aproveitar ao máximo, o perfume daquelas lindas flores, vê-las, todos os dias, a crescerem, darem os primeiros passos, dizerem a primeira palavra, dar-lhes banho, mudar-lhes a fralda, dar-lhes o biberão, tudo o que não tinham tido oportunidade de experienciar com os filhos

Sonhavam acompanhar o seu crescimento, vê-los homens e mulheres, constituírem família, e conseguirem ver e beijar bisnetos.

Fim.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

07
Fev22

Pais (9)

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País (9)

Depois de ouvirem, com toda a atenção, os pais, tanto a Inês, como o Pedro perguntaram-lhes o que se podia fazer, para inverter a situação

Os pais disseram-lhes que pouco se podia fazer, porque os portugueses, para além de serem aventureiros, procuravam fazer fortuna fácil, viver de expedientes, não se importando de entregarem as suas poupanças a quem lhes prometesse melhor taxa de juro, sem quererem saber como o dinheiro era aplicado, para render o dobro do que era normal, convivem bem com as desigualdades, a corrupção, a cunha, não tendo brio no cumprimento das suas obrigações, vangloriando-se de não pagarem os impostos

Mas, se queriam fazer alguma coisa para inverter a situação, primeiro tinham de dar o exemplo, não fazendo nada que, moralmente, fosse condenável

Depois, tinham de se aplicar nos estudos, para poderem colocar os seus conhecimentos ao serviço do desenvolvimento do país, com a condição de que beneficiasse os mais desfavorecidos

Chamaram-lhes, mais uma vez, a atenção para as grandes desigualdades entre as cidades e o campo

Nas cidades, a maior parte dos habitantes têm emprego certo, férias, viajam pelo país e estrangeiro, ainda que alguns aproveitem as férias para fazerem outros trabalhos, porque os ordenados não chegam para as despesas, e outros, sem emprego, vivem da caridade

Nos campos, muitos não têm férias, não viajam, num país com muitas praias, nunca foram à praia, nem nunca puseram um pé num avião ou num barco

A luta por melhores condições de vida, de quem trabalha por conta de outrem, tem sido longa e dura

Primeiro foi a conquista das oito horas diárias de trabalho (48 horas por semana)

Depois a obtenção da semana à inglesa, de segunda a sexta, 40 horas, ao sábado, das 9 às 13 (44 horas)

A seguir a semana à americana (descanso ao sábado e domingo)

Alguns, já conseguiram 7 horas diárias (35 horas semanais)

Fala-se na semana de 4 dias, o que é muito bom, porque precisamos de tempo, para viver, e é possível, porque com as novas tecnologias, somos muito mais produtivos

A Ana e o Francisco disseram-lhes que o país, só depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, se tornou num país democrático e, só com a Constituição de 1976, as mulheres obtiveram o direito a votarem, nem mesmo com a implantação da República, em 1910, o tinham conseguido

Um país com muitos analfabetos, em que só uma minoria tinha direito à instrução

Com o fim da segunda guerra mundial, os Governantes, viram-se obrigados a criarem escolas, em todo o país

Como não tinham nem professores nem escolas, decidiram criar postos escolares, até em casas particulares, e formaram professoras regentes, que tinham menos estudos que as professoras oficiais

Muitos pais não queriam mandar os filhos à escola, porque contavam com o trabalho dos filhos mais velhos, para ajudarem a criar os mais novos

Os casais tinham muitos filhos, as raparigas eram as mais sacrificadas, começavam com poucos anos a ajudarem as mães

Às que mostravam interesse em ir para a escola, era- lhes dito que as mulheres não precisavam de saber ler, nem escrever, tinham era de aprender a fazer a lida da casa

A Inês e o Pedro estavam horrorizados com o que os pais lhes tinham revelado, e disseram: “ ainda bem que nascemos quando já não havia essas desigualdades entre homens e mulheres!”

Continua

 

 

03
Fev22

Pais (8)

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Pais (8)

A todos prometeram que voltariam em breve, com mais tempo, talvez nas férias do Natal, ou nas férias grandes, no verão

A Ana, o Francisco e os filhos ficaram muito felizes, por terem encontrado a família que ainda não conheciam

Os tios e os primos também ficaram contentes por verem os sobrinhos e os primos muito felizes com os pais adotivos

A Inês e o Pedro não compreendiam a razão por que os primos não andavam na escola, como eles

Os pais explicaram-lhes que muitas crianças, cujos pais não tinham possibilidades para que continuassem a estudar, só faziam os estudos obrigatórios, que eram a quarta classe

Na terra dos avós adotivos, já tinham reparado que a vida no campo era muito diferente da da cidade

Mas como eles já não tinham animais para tratarem, apenas tinham umas hortaliças nas hortas, e eles passavam a maior parte do tempo a brincar com os amigos, que viviam no estrangeiro, nunca se tinham apercebido da real dureza da vida no campo

Na terra dos pais biológicos, em contato com os tios e os primos, é que viram como eles chegavam exausto e sujos, depois de um longo dia de trabalho, no campo, tendo, ainda de  tratar dos animais, que estavam presos!

Começaram a dar mais atenção ao que se passava no campo e na cidade, não compreendendo a razão por que é que os trabalhadores do campo não eram valorizados, mesmo trabalhando mais horas e fazendo trabalhos mais duros

A Ana e o Francisco disseram-lhes que as desigualdades eram as grandes responsáveis pela desertificação do interior, todos queriam ir para as grandes cidades, onde os trabalhos eram mais leves, trabalhavam menos horas e tinham um ordenado certo no fim do mês, sabiam com o que poderiam contar

No campo tinham muito trabalho na preparação da terra, nas sementeiras, não sabendo o que colheriam, porque uma intempere podia estragar tudo

Com o início da guerra colonial, os rapazes que voltavam da guerra, já não queriam voltar para as suas terras

Os que não conseguiam emprego nas grandes cidades, começaram a emigrar

Dizendo-lhes que eram os filhos desses emigrantes, que brincavam com eles, na terra dos avós, quando iam para lá passar as férias de verão.

 

Continua.

 

 

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