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31
Ago18

O que fazer?

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Tragédias

 

Tanta irracionalidade

No ato de matar

Porque ninguém tem o direito de tirar

A vida, seja a quem for

Tanta maldade, tanta dor

Na irracionalidade, do amor

Tanta brutalidade, no ato de matar o outro

A vida não tem dono!

Foi-nos concedida

Por ninguém, pode ser interrompida

A vida é a única coisa que temos

Nenhum pretexto a pode aprisionar

Quanto mais, tira-la!

Tanto horror

Um homem matar a companheira!

Sem pensar, no horror, que é matar

Aquela, que dizia amar

Aquela, que tanto sofreu, para filhos, lhe dar

Como vão, os filhos, encara-lo!

Não se pode matar, muito menos, uma mãe

Que tanto sofre para, a vida, nos dar

Como é que alguém tem a monstruosidade de lha tirar

Sem pensar nos filhos, nos amigos, nos familiares

Naquela, com quem anos viveu!

Na terrível dor, que lhes vai causar!

Ninguém pode matar

Seja quem for!

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

27
Ago18

Acabaram!

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Últimos dias de Agosto

O mês mais desejado

Está praticamente acabado

Podes não ter sido o mais quente

Mas foste o de encontros de muita gente

Um mês de férias, de praia, de viagens, um mês diferente!

Todos os anos fazes parte dos planos de muita gente

Esperamos por ti, desesperadamente

Passas quase instantaneamente

Ficamos, sempre, com a sensação de que não te aproveitamos convenientemente

Passaremos mais um ano a fazer planos para sermos mais eficientes

Gostamos de noites quentes, para aquecermos os ossos dos nossos dentes

E esquecermo-nos do inverno, os dias tristes, que parecem um inferno

Um ano de canseiras que nunca têm fim

Acaba-se agosto, acabam-se as férias, perdem-se os rostos

Voltam os anseios por um novo agosto

Para nos encontrarmos, de novo, nas festas, nos bailaricos, em todos os sítios

Ainda não acabaste e já estamos a pensar no próximo

Boas férias, para ti, agosto

Adeus, até para o ano.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

23
Ago18

Géneros

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Géneros

 

Até há pouco tempo, só admitíamos a existência de dois géneros: feminino e masculino

Agora, felizmente, parece que se acabaram todas as certezas, e estamos no ponto de dizer, como o filósofo “só sei que mada, sei”

Assim, na Alemanha e Austrália já se preparam leis, para que nos documentos do registo civil, uma nova designação possa ser utilizada: feminino, masculino, indefinido, ou palavra semelhante

Quando, à nascença, o género não esteja devidamente definido, ou durante a vida, quem não esteja de acordo com o género atribuído, poderá mudar de género

Que tempos, que desafios, que respostas seremos capazes de lhes dar?

A inteligência artificial não para de nos surpreender!

Depois de todos os automatismos, que tanto nos têm facilitado a vida, começamos a utilizar robôs, para doentes mentais, estimular

Que lugar, no futuro, aos humanos, estará reservado?

Vamos continuar a comandar os robôs ou, por eles, ser comandados?

Tantas perguntas, a que, atualmente, poucos ou nenhuns saberão responder

O melhor é preparamo-nos, para novas coisas ver, e estar sempre disponível, para as tentar entender.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

21
Ago18

VOZ

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Miguel Torga

 

Coimbra,6 de Abril de 1943

 

 

                                           VOZ

 

Era o céu que sorria nos seus olhos.

Eram junquilhos trémulos aos olhos,

As flores do rosto que eu beijava.

Fresca e gratuita como um hino à lua,

Nua,

Era um mundo de paz que se entregava.

 

Oh! Perfume da Vida! - gritei eu.

Oh! Seara de trigo por abrir,

Quem te fez todo o pão da minha fome?

 

Mas os seus braços, longos e contentes,

Só responderam, quentes:

   - Come

 

15
Ago18

A viagem

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A viagem

 Adormeço nas ondas do teu cabelo, a ouvir o mar

Contigo, os dias são rios, no mar, a desaguar

São torrentes de perfume, onde gosto de navegar

Enfeitiçado pelos teus olhos, não quero mais acordar

Há mais de meio século que estamos neste mar

Uns dias calmo, outros mais agitado, mas, não vamos naufragar

Um dia, a um porto vamos atracar

E, aí ficaremos, para sempre, a pernoitar

Deitados no perfume dos teus cabelos, presos às ondas do mar

Agarrados, como na primeira noite, em que a Lua nos veio deitar

Orgulhosos dos frutos, que deixamos no pomar

Para que a nossa viagem, por muitos séculos, continue a caminhar.

  

José Silva Costa

 

 

 

 

10
Ago18

Arrogância!

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Monchique

 

Uma política de terra queimada!

O desespero, pela perda do esforço de uma vida, sem férias nem horários

A arrogância de quem nunca lhe faltou nada!

Que não entende que uma casa foi o sonho e o trabalho de uma vida

Aquelas hortas e árvores são o sustento de bocas, que não se resignam

Que não querem viver da mendicidade instituída, de mão, sempre, estendida

Nalguns casos, complementos de miseras pensões, para aqueles que as têm, que não chegam aos 300€

Os camponeses não baixam os braços, produzem o seu sustento

Ao sol, à chuva, ao frio, ao vento

Não têm horários de trinta e cinco horas

Trabalham de sol a sol, sem férias, nem dias de folga

Muitos, nunca pisaram as areias das praias do seu Distrito!

Tão apreciadas por nacionais e estrangeiros

Compreende-se que não queiram abandonar o que tanto lhes custou a construir

Ficarem sem os seus bens, foi uma morte antecipada

O que não se compreende é a política de terra queimada

Governar é defender as pessoas e bens, de tragédias previsíveis

A tragédia de Monchique estava há muito anunciada.

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

06
Ago18

Verão

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Noites escaldantes

 

Nestas noites escaldantes de verão

Vamos, de mãos dadas, esperar as estrelas

Peneiras, com os dedos, toda a sua beleza

Umas mais brilhantes, outras menos

Como os terrestres!

Adormecemos como as flores campestres

Olhando um para o outro

Tentando que o nosso brilho não esmoreça

No outro dia, quando acordamos, está tudo igual

Já não nos lembramos dos sonhos

Nem daquele tempo intemporal

Se não fosse aquele tempo irreal

Em que nos libertamos dos mortais

Como seria difícil aguentar tantos dias e horas iguais!

Nesses poucos minutos ou segundos

Viajamos a todos os locais

Sem nos cansarmos, tão juntinhos!

Tentamos segurar aquele tempo

Mas ele desaparece, por entre os dedos

Não dando tempo para contarmos

Um ao outro, os nossos segredos.

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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