Hoje, o bebé saiu da incubadora. Nascido a quatro de outubro, filho de dois pais e duas mães, cujo o parto foi muito difícil.
Dure o que durar, é um grande passo na consolidação da nossa jovem democracia. Tão jovem, que quando deu o primeiro passo, utilizando o pé esquerdo, ia caindo o Carmo e a Trindade.
Felizmente que passados quarenta anos, as nossas crianças já podem ter dois pais, duas mães, um pai e uma mãe . Muito mudou, mas as palavras hábito, nunca tinha acontecido, garantias foram muito utilizadas, o que prova que as mudanças , para muita gente, são muito difíceis de aceitar.
Garantias? Que garantias, alguém pode garantir seja o que for? Antigamente existiam as garantias bancárias, mas hoje, que todos os Bancos estão falidos, que garantias querem?
Ironia do destino, há precisamente quarenta anos entrou-nos, por a casa dentro, via televisão, um jovem militar, querendo impor-nos um Governo de extrema esquerdar.
O confronto foi inevitável: A Policia Militar contra os Comandos, tendo estes assegurado, de uma vez por todas, que não estávamos interessados em Governos de extremas, chegara-nos a ditadura de extrema direita.
Também, nessa altura, esquerda e direita utilizaram todas as armas , para esticarem a corda, tal como aconteceu nestes longos meses que levamos de campanha eleitoral, antes e depois das eleições .
Nos órgãos de informação não faltaram armas de todos os calibres e feitios a dispararem, não balas, como há quarenta anos, mas palavras, como deve ser em democracia, esticando, outra vez , a corda, para ver para onde pendia.
A grande diferença é que desta vez o Povo decidiu, e mais uma vez quem ficou em minoria não aceitou a decisão, com a falsa argumentação de que não seria naquilo que tínhamos votado.
Ora, na democracia representativa, quando votamos num Partido, estamos a escolhe-lo , para nos representa, tudo mais são interpretações abusivas.
Duas datas muito importantes, para uma democracia muito periclitante, onde poucos Governos conseguem completar a legislatura.
José Silva Costa