Maior poema na Net escrito em português 2003-05-13 Poetas de todo o mundo, independentemente das suas línguas maternas mas que se exprimam em Português, podem, em verso livre, entrar numa aventura poética online. Isto é, no espaço virtual, em www.ofulgordalingua.com, poderá nascer, de 15 até 31 de Dezembro, o maior poema do mundo. É esta a matriz do projecto O Fulgor da Língua Portuguesa, ontem apresentado em Coimbra, no âmbito da Capital da Cultura, que divide a parceria deste projecto com o Instituto Pedro Nunes (Associação para a Inovação e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia). A criação do poema colectivo, com versos inéditos, via Internet, em acto contínuo é, pois, a aventura imprevisível. Como funcionará, então, o processo criativo? Existem duas fases: na primeira, até 15 de Junho, cada autor procede inicialmente ao preenchimento de um formulário identificador e indicará os versos (cinco por dia e por autor), usando o seguinte endereço electrónico: opoema@ofulgordalingua.com. Nesta fase, os moderadores António Pedro Pita (investigador e doutor em Filosofia Contemporânea) e Rui Mendes (poeta), encarregar-se-ão de dar um fio condutor, validando ou rejeitando os versos propostos, os quais serão depois elencados no poema a colocar no portal www.ofulgordalingua.com. (cujo pórtico de entrada possui excertos do Sermão da Sexagésima, do Padre António Vieira). A avaliação dos versos transmitidos será feita até ao dia 30 de Junho. Na segunda fase (a partir de 1 de Julho), os poetas terão acesso a uma base de dados interactiva, escrevendo, já, os seus versos no próprio poema, estruturado em cantos, adoptando-se, assim, o cânone camoniano de Os Lusíadas (as entradas no poema continuarão a ser num máximo de cinco versos e três espaços, por dia e por autor). Os poetas devem observar, no entanto, como linha temática unitária, o enunciado de «O Estado do Mundo» _ título sugerido para este poema. Encontrada a súmula do mesmo, o gigantesco texto será editado em livro e cada autor terá direito a um exemplar em CD-ROM. Para o poeta Rui Mendes, esta é uma oportunidade soberana para «fazer ao mesmo tempo uma homenagem à língua portuguesa com uma visão multicultural do mundo». Pedro Pita sustenta ainda que esta aventura «da qual nem nós próprios apreendemos os seus limites e as suas fronteiras, tem como base uma metáfora que diz muito a Portugal, isto é a viagem, a navegação... só que desta vez na Net, numa constelação transpoética e transcultural». O texto final, imprevisível, gigantesco, dará um livro interminável: o maior poema do mundo, escrito em português, com chancela da Coimbra Capital Nacional da Cultura. In "Diário de Notícias" Imprimir Imprimir Envie este artigo a um amigo Envie este artigo a um amigo