Nove anos!
Nove anos
Foi num dia, que deveria ser de festa
No dia de um casamento
Já o dia tinha terminado, e o seguinte começado
Eram três horas, já estavam todos muito cansados
Quando o seu desaparecimento foi confirmado
Nove anos de tanta alegria e brincadeiras
Era o tesouro dos pais e de toda a família
De um momento para o outro, desaparecido
Era uma linda flor, tinha um sorriso delicioso
Na escola, era brilhante, aprendia tudo com facilidade
Nem parecia que tinha aquela idade
De repente o seu corpo crescera, tornou-se harmonioso
Ninguém queria acreditar no que se estava a passar
Quem é que queria, a um anjo, fazer mal?
Interromper, abruptamente, uma tão grande felicidade!
Por que razão, tamanha loucura, sobre uma menina indefesa?
Que inundava de alegria contagiante, quem a rodeava
Quem pode suportar tamanha atrocidade?
Ver o fruto, o futuro, o amor, a vida: tudo, destruído
Como é que a família e o Mundo vão viver com a incerteza?
Um sofrimento atroz, que a todos trespassa, durante todo o tempo, que há muito passa
Sem que ninguém saiba o que aconteceu, se está viva ou morreu!
Todos esperavam tanto dela: um crescimento feliz, um grande contributo, no futuro
Para um Universo harmonioso, sem raptos nem homicídios, sem guerras nem genocídios
Onde todos tenham um lugar digno, para uma vida feliz, em sossego
Para que possamos estar descansados, sem receio de sermos molestados
Seja em terra, no ar ou mar, por perigos humanos
Já nos bastam, os muitos que não conseguimos evitar!
Por que razão nos vamos uns aos outros matar?
Se este Mundo é tão belo, acolhedor e sonhador, quando nos sabemos respeitar.
José Silva Costa