Lisboa!
Lisboa
Lisboa, cidade da Madragoa
Da gente Saloia
De todo o reino sem coroa
Namoradeira do Tejo
De todos: do Norte, do Centro e do Sul do Tejo
Que felicidade quando te vejo!
Depois de calcorrear todo o mundo e te desejo
Esteja onde estiver, volto ao um cais
Apanho uma caravela e desfraldo a vela
Mal entro a barra, olho-te da cabeça aos pés
Como se nunca te tivesse visto
As Amoreiras estão um encanto
Mas não me esqueço que eram os elétricos que descansavam naquele recanto
A Estrela será para sempre um ponto de encontro
Para muitos, o último
Mais abaixo o Parlamento
Onde todo o país está representado
Antigamente tão calado!
Hoje, com as pronúncias de todo o Estado
Aos pés do Príncipe Real, o irreconhecível Bairro Alto
Ninho de rameiras tornou-se num bairro de barulheiras
A Graça contínua com a sua graça
Junto ao rio já não há marujos nem becos sujos
Desentaiparam-no para que todos possam beneficiar do seu olhar
Onde todos se podem despedir dos barcos que se fazem ao mar
A oriente a refinaria da Sacor deu origem ao parque das nações
Foi-se o fumo, ficaram as recordações
A Expo 98 ficou nos nossos corações.
José Silva Costa