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28
Set16

ONU

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ONU

 

A eleição do Secretário- Geral das Nações Unidas

Pela primeira vez, eleito, seria, por voto secreto

Mas, pelos vistos, a inovação correu mal

Nas votações até agora efetuadas, não conseguiu chegar à frente, a indigitada

Assim, vai haver outra candidata, que já terá os cinco votos necessários

Em quase duzentas nações, só cinco é que contam, o resto é para enfeitar a jarra

Comissários, Secretários-gerais, Presidentes da C.E, ONU,FMI, respetivamente

Só são eleitos se estiverem na disposição de fazerem o que lhes pedirem: paus mandados, com raras exceções

As Nações Unidas não têm força, para impedir seja o que for

Assim, cada um mata onde e quando quiser: Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, etc.

Deitam a baixo aviões comerciais, matam centenas de pessoas, nada lhes acontece

Com grande lata dizem que são acidentes colaterais

Mal dos que cruzam os seus quintais

Este ensaio de democracia, na eleição do Secretário-geral da ONU

Se tivesse corrido bem, daria pano para mangas: todos a enaltecerem a nova metodologia

Assim, oxalá esteja enganado

Vai ser uma grande desilusão, mostrando que em setenta e um anos nada mudou

Manda quem pode, obedece quem deve.

24
Set16

Habitámo-nos ao fiado

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Lisboa

 

Lisboa está, cada vez, mais encantadora

Do búnquer do século passado

Para a mulher sofisticada à procura de namorado

Não deixava o Tejo ver-lhe os artelhos

Agora lava-lhe os joelhos

O Marquês é que não tem sorte

Por mais túneis que construam

Não se livra do fumo dos escapes dos automóveis

Oito e oitenta: um mar de gente

Lisboa internacionalizou-se de tal maneira

Que o difícil e ouvir falar português

Quem, nela aterre desprevenido

Pode pensar que o avião foi desviado

Que Portugal foi comprado!

O que não é errado

Já vendeu tudo

E continua, cada vez, mais endividado

Habituámo-nos ao fiado

Todos os dias vamos ao mercado

Pedir dinheiro emprestado.

 

José Silva Costa

 

 

21
Set16

As mulheres do engenheiro

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As mulheres do engenheiro

 

Às mulheres do engenheiro

Nunca lhes faltou dinheiro

As obras do parque escolar

Foram uma festa

E muito recreio

Com candeeiros de ouro

De muita aresta

Como é natural, a construção foi o principal:

Free-portes, TGV, aeroportos, autoestradas, barragens e sortes

Inaugurações com dezenas de autocarros, para mostrar, as ótimas construções

Foram de tal maneira os safanões

Que o País ficou na bancarrota: fome, miséria e morte

Para comemorar

Nada melhor, que em Paris, filosofar

Vai, agora, às mulheres explicar

Porque bem precisam, para a casa governar

A fórmula milagrosa e mágica

Que, em Paris, aprendeu

De, o dinheiro, inventar.

 

 

 

15
Set16

O regresso as aulas

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O regresso as aulas

 

Milhares de Cravos e Rosas esvoaçam nas asas do saber

Estão avidas de tudo saber e de tudo compreender

Atropelam-se nos corredores, cheios de pensadores

Com um olhar oval trespassam a terra e veem todo o Universo

Discutem e interrogam-se , por que razão todos os dias, um novo dia é ultrapassado?

Procuram a solução, no saber condensado, em satélites armazenado

Todos os dias, por foguetões, para o espaço, lançado.

Não vale a pena prendermo-nos ao passado

Nunca foi tão fácil, o acesso ao saber, em todo o lado

Graças as potentes máquinas de tudo prever

Como é determinante saber ler e escrever!

Exercitam o cérebro e as pontas dos dedos

Imprimindo velocidade aos motores de busca

Que farão rodar a grande Bola

Onde todos correm à procura de um lugar agradável e seguro

Para colocarem os ovos do futuro

Ovos de todas as cores, credos, religiões e regiões

Num choque frontal de civilizações

Só amando todos os corações

Todos podem aspirar a ser iguais e felizes

O que, na Natureza, não existe!

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

06
Set16

Avó deu à luz o neto

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Os sinais dos tempos

Veio na imprensa

Um francês e um brasileiro conheceram-se em França, e apaixonaram-se

Queriam ter um filho

Quando procuravam uma barriga de aluguer, no Brasil, porque em França não é permitido

A mãe do brasileiro ofereceu o ventre, para que o filho e o marido pudessem ser pais

Quitéria Albuquerque foi inseminada com um óvulo de uma desconhecida e o sémen do   filho e do genro

Que dizem não quererem saber qual é o verdadeiro pai

Quatro, para darem origem ao Erza, quando seriam precisos só três, e dois é o natural!

Que dizer, desta compreensão e cooperação?

Quitéria tornou-se avó, porque deu à luz o neto.

 

 

05
Set16

Antigamente

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Antigamente

 

Há setenta e um anos, que Alice, na altura uma jovem de dezoito anos, deu à luz o seu primeiro filho.

O parto correu mal, a jovem mãe perdeu muito sangue, sem médico, nem parteira, recorreram a um curioso, que, para agravar as coisas, receitou uma sangria.

Bebé e mãe estiveram por um dia, mas lá se conseguiram equilibrar.

Tivera mais quatro filhos, todos sem assistência especializada, apenas com a experiência de uma ou outra vizinha.

Quando nasceu a terceira, o marido tinha saído cedo para o trabalho, ao sentir as dores de parto, disse ao filho de seis anos, que não podia ir à escola, que fosse, com o irmão, de quatro, chamar a vizinha, e que ficassem a brincar com a sua filha.

Quando voltaram, já lá tinham uma menina, como foi chamada, durante alguns dias, até lhe escolhermos o nome.

No dia seguinte a professora perguntou-lhe: Por que não vieste ontem?

Ao que respondeu: porque nasceu a minha irmã.

 

 

José Silva Costa

01
Set16

A prisão de cinco das mães

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Sexta-feira negra, na escola de Beslan, na república da Ossétia do Norte, no sul da Rússia, onde um comando terrorista tchetcheno mantinha centenas de reféns desde o dia 01/09/2004.

O Sol raiou

O dia amanheceu

A alegria floriu

As crianças sorriam

Festejavam o início das aulas

Com a participação de:

Avós, pais, irmãos e professores

Era a recepção às frágeis flores.

De repente escureceu

A euforia morreu

As flores murcharam

Os sicários sequestraram a alegria

Porque ela os ofendia

Como sanguinários matadores

Cobardes atiradores

E até as mulheres

Que os acompanhavam

Não tinham espirito maternal

Fizeram àqueles inocentes

Todo o mal

Mataram tenras esperanças

De alegres crianças

Fuzilaram também

Mães, filhos, avós e netos

Deitaram abaixo os tectos

Três dias de inferno.

Mortos de fome e sede

Sujeitaram-se a urina beber

Era muito cedo para morrer.

Nas horas aflitas

Todas as palavras lhes foram ditas

Nenhuma lhes amoleceu o que não tinham : coração

Eram feitos de ódio.

                                                                            José Silva Costa                                                                                      

 

 

 

 

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